Durante o ano de 1935, Tatu começa a chamar a atenção como um lutador cada vez mais completo e determinado tatu, continua vitorioso em seus combates e, com o afastamento de Dudu, passa a treinar com seu Irmão mais velho, Eduardo Hatem. Tem vitórias contra o italiano Attilio e vence, em seguida, o americano Tigre do Texas. Continua em uma longa série de vitórias, só parando no experiente lutador Bogma. Essa foi sua primeira derrota depois de várias vitórias consecutivas sobre lutadores mais experientes.
Com a profissionalização da Luta, começaram a surgir combates comprados. A idéia é que, com lutas assim, os lutadores poderiam lutar várias vezes sem se lesionar, aumentando seus ganhos. Essa prática ficou conhecida como ?luta no mole?, ou ?marmelo?.
E foi nessa mesma época que vários lutadores foram à imprensa, denunciar a prática das lutas com resultados combinados e estabelecidos por empresários. Tatu é um deles. Como não aceita fazer lutas armadas é, em represália, colocado fora do circuito de lutas, ficando desempregado.
Em Janeiro de 1936, já com 97 quilos e grande forma física, Tatu vence o "Campeonato Carioca de Luta Livre", categoria amador.
Em Agosto do mesmo ano estreia como profissional enfrentando o australiano Kutter. Mesmo enfrentando um adversário bem mais experiente, Tatú vence por desistência.
Em Março de 1937 Tatu vai a Minas Gerais lutar contra o Mestre de Jiu-jitsu conhecido como Takeo Yano. Tatu vence Yano no terceiro assalto com um estrangulamento e o japonês sai da luta muito decepcionado, prometendo uma nova luta. Takeo Yano também é um dos introdutores do Judô no Brasil, tendo ficado muito conhecido por empatar com Hélio Gracie, em uma luta de Jiu-jitsu.
Dois meses depois é marcada nova luta entre Tatu e o japonês, dessa vez nas regras do Jiu-jitsu. O Japonês exige que Tatu vista o uniforme de luta japonesa, o popular kimono. Em uma luta bastante movimentada, aos sete minutos Yano aplica duas violentas quedas que fraturam o ombro de Tatu, deixando-o impossibilitado de se defender de um estrangulamento do japonês. Na verdade, o uso obrigatório do uniforme japonês facilitou a luta para Yano, ficando ali uma lição para Tatu: o lutador de Luta Livre jamais voltaria a vestir o kimono novamente. Yano e Tatu só voltariam a fazer a terceira luta em 1947, ou seja, dez anos depois.
Em 1938 vai a Porto Alegre, depois de longa recuperação da fratura, devido a luta com o japonês, Tatu vence fácil Dante Carvalho. Faz várias lutas contra lutadores locais, saindo vitorioso sem muitas dificuldades. Loanzi vai aos jornais desafiar qualquer lutador do Brasil para uma luta com Tatu, oferecendo uma grande bolsa. Vence então o lutador Luiz Stock no Estádio Farroupilha em luta muito movimentada muito divulgada pelos jornais. Stock não aceita a derrota e faz um novo desafio a Tatu. A luta é vencida novamente por Tatu, desta vez com uma chave de pé, no último assalto.
Vence o italiano Orlandi, aos cinco minutos do segundo assalto . Durante toda sua temporada na Capital mineira, Tatu venceu os vários lutadores internacionais que enfrentou, empatando apenas uma luta, contra o francês Ulsemer.
Em março, Tatu volta a enfrentar o francês Charles Ulsemer na final do Campeonato Internacional de Catch. Tatú aplica uma chave de braço, obrigando o juiz Oswaldo Gracie a separar os adversários .
Durantes todos os anos seguintes, Tatu continua lutando e viajando pelos principais estados brasileiros: Minas Gerias, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Além de toda essa carreira vitoriosa, em território nacional, Tatu também fez grande fama internacional.
Como são muitas lutas do nosso grande MESTRE TATU depois vamos complementando com muito mais informações e relatos de lutas com datas e jornais correspondente. AGUARDEM!
Aproximadamente na metade da década de 1950 Tatu passa a se dedicar ao ensino a luta que aprendeu e desenvolveu de uma maneira própria, mesclando conhecimentos e adaptando à prática de anos como lutador.
Surge a LUTA-LIVRE ESPORTIVA, uma luta baseada em cinturadas, quedas e finalizações.
Mais tarde, ao final dos anos 60, passa o bastão para Fausto e Carlos Brunocilla.
Fausto Brunocilla, foi um destacado lutador de Luta-Livre, aluno do Mestre Tatu. Mestre Fausto vivia da luta. Desde pequeno, Carlinhos acompanhava o pai para assistir seus treinos, na academia do Tatu, no clube Santa Luzia. Fausto treinava com um grupo de elite: Alemão(Álvaro Chagas), Mauro Gonzaga, Ricardo Calmon, Renê Bastos, baianinho, Mesnique, Jorge Francês, Costóia, Alfredo (judoca), Moacir Luzia, Juarez, Edir, Euclides, Valdemar e Valdo Santana, entre outros.
Quando Mestre Tatu se afastou dos treinos, devido à idade (início dos anos 70), foram o Fausto e o Carlinhos que continuaram a luta que hoje conhecemos como Luta-Livre Esportiva, ou simplesmente Luta-Livre. O nome Luta-Livre Esportiva veio da coexistência com a luta-livre Olímpica, que já era um esporte reconhecido e que os praticantes da luta "de golpe" (LL esportiva) participavam, já que a parte de queda era idêntica. Dessa forma, os clubes (Santa luzia, Boqueirão do Passeio e Internacional), se interessavam pela atividade.
Vale registrar que Fausto, além da Luta, praticava boxe e diversos esportes, como pelota, voleibol, futebol de salão. E era bom em todos, tendo conquistado o título de melhor atleta das Olimpíadas internas dos Clubes Santa Luzia e Boqueirão do Passeio. Assim, Carlos Alberto Brunocilla, o "Carlinhos", foi nascido e criado dentro da Luta-Livre.
O Mestre Tatu era muito amigo do Mestre Fausto. Assim, Carlinhos herdou do pai a amizade do Mestre. Frequentava não só a academia, mas também a casa do amigo Euclydes. Aliás, foi na sala de estar do grande Mestre que Carlinhos aprendeu segredos da Luta que, confessa, sequer teve tempo de usar todos...
Carlinhos conta que era assíduo frequentador da casa do Mestre (na Gustavo Sampaio - Leme). Ele e seu pai estavam sempre lá, visitando e aprendendo com o "velho". - "Não dava mais pra ele ir à academia, então a gente ia lá se divertir e aprender um pouco mais com o velho", conta Carlinhos. - "Ali mesmo, na sala da casa dele, aprendi diversas posições, seqüências de movimentos, táticas e até mesmo lições de vida. o velho era prático, dizia: quando receber um chamado urgente, pergunta pra quem.", completa.
Alemão, Mauro Gonzaga, Ricardo Calmon, Renê Bastos, baianinho, Mesnique, Jorge Francês, Costóia, Alfredo (judoca) e muitos outros.
Admirava e queria ser igual. Além do seu pai e do Mestre Tatu, seus grandes ídolos, Carlinhos teve diversos grandes lutadores que colaboraram muito com sua formação.
Faziam fila para ter a honra de enfrentar o jovem Brunocilla.
Poucos, pouquíssimos, resistiam por mais que alguns poucos minutos ao incrível arsenal de golpes e combinações de movimentos que Carlinhos empregava. Exímio atleta, cumpria o ritual e honrava a todos, até o último candidato.
Carlinhos foi lutador dos 17 os 32 anos. Na sua época o vale-tudo estava proibido. O bom conhecimento de outras lutas, particularmente boxe, luta olímpica (campeão seguidas vezes), greco-romana (campeão seguidas vezes) e jiu-jitsu, possibilitou ao Mestre a evolução da Luta-Livre até então praticada.
O lutador Carlinhos virou lenda. Os principais lutadores da época o procuravam para treinar. Fausto, seu pai, sempre que sabia de algum lutador de fora da escola Brunocilla que vinha ganhando expressão, arrumava um jeito de levar o seu filho para testar sua competência. Assim Carlos Brunocilla construiu sua reputação.
Foi como professor que ele foi genial!.
Seu carisma, didática e capacidade de desenvolver cada lutador de forma personificada, fizeram o criador de uma geração de lutadores extremamente técnicos e competitivos. Ele formou três gerações, as quais produziram nomes importantes para o cenários da Luta naquela época. Muitos desses formaram outras gerações, colaborando de maneira definitiva para a construção da Luta de chão moderna, indo além da Luta Livre. Basta dizer que ele era exímio pegador de pé e calcanhar. Estava sempre inovando com novas maneiras de entrar e pegar o pé.